Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Ama! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que só pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
ESPANCA, Florbela. In: Antologia da poesia portuguesa - séc. XII-séc. XX.
Porto: Lello, 1997
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